Nos corridos anos 80, em minha inocência de criança, tive acesso a uns discos, daquele que seria o ritmo da minha vida. O rock n' roll acabara de bater à minha porta. Era como se tudo aquilo que começava a entrar pelos meus ouvidos, massageando meu coração, fosse feito sob medida pra mim. Meu pai tinha uma loja de discos na cidade de Cruz das Almas e isso ajudou muito na minha formação musical. Os primeiros nomes que tive contato foram Rod Stewart, Bruce Springsteen e Phill Collins. Mais pra frente comecei a perceber que o rock n' roll era coisa séria e que deveria ir mais além. Quando em um belo dia cai nas minhas mãos um vinil de época do Raul Seixas - "Gita"... aí já sabe né?
A relação forte com o rock n' roll (que influenciou muitos jovens nos anos 50, unindo brancos e negros em bailinhos nos Estados Unidos -país de origem do rock n' roll - revolucionando filhos e filhas de famílias conservadoras, trilha sonora em milhares de histórias de amor e até em alguns momentos ameaçando a vendagem dos discos do pai do rock: "O velho blues"), me fez entrar de cabeça nesse mundo. Enquanto os grandes nomes do blues buscavam se reinventar ao longo de quase 40 anos, eis que surgi um nome que assustaria o reinado dos bluesmen daquela época: Nos anos 50, Chuck Berry e seu ritmo alucinante que até então não se sabia ao certo que diabos era aquilo... era o rock n' roll propriamente dito. Little Richard, juntamente com Mr. Berry, fez com que o rock ecoasse pelos quatro cantos do mundo, fazendo até os ingleses enlouquecerm na Europa e tirarem o chapéu por muitas vezes. Foi o caso dos Beatles e dos Rolling Stones... se renderam ao som que vinha da terra do Tio Sam, e muitos de seus sucessos no inicio de suas carreiras, eram regravações de Chuck Berry e Little Ricahrd (música genuinamente negra - assim como o blues, o reggae, o samba e o forró tradicional). Com todo o preconceito que recaia sobre os negros, Elvis Presley foi um dos divulgadores da obra desses - que foram pra mim, os pais do rock n' roll mundial - sendo até eleito o Rei do Rock (há contestações, rs...). Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Who, The Doors, Sex Pistols, The Clash, Ramones e muitos outros, deram continuidade a saga do empolgante e transformador rock n' roll.
O Brasil teve sua contribuição mundialmente falando, com grandes nomes; como os queridos Mutantes, que foram inspiração para muitos jovens dentro e fora do país. Kurt Cobain (1967-1994) vocalista da extinta banda Nirvana, declarou muitas vezes que ouvia música brasileira e que era fã da turma do Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e da jovem Rita Lee - "Os Mutantes". Os Secos e Molhados também tiveram sua parcela na transformação da juventude brasileira quando apareceram na década de 70 com os rostos maqueados e fazendo rock (reza a lenda que saíram na frente da banda americana Kiss em pintar os rostos). Toca Rauuuuuuulll!!! Foi gritado recentemente num show do Paul McCartney, vê se pode? Não tem outro não, Raul Seixas é o pai do rock brasileiro e uma das lendas mundialmente conhecido... a verdadeira mosca na sopa pra muitos picaretas de plantão.
Hoje, depois de muitos anos de estudos e "ouvidorias" do rock, faço parte de uma banda (www.myspace.com/clubedepatifes), onde tento colocar o pouco do que aprendi, juntamente com meus parceiros Paulo, Jo Capone e Stephen... buscando o improvável, o que quase ninguém vê, o que só os visionérios crêem - os nossos sonhos.
"Sonho que se sonha só, é só um sonho... sonho que se sonha junto, é realidade" (Raul Seixas)
Que duradoura seja a vida do bom e velho rock n' roll!!!
Belo texto, Pablues!
ResponderExcluirA sua relação com o Rock'n Roll, e a forma como teve contato com este ritmo que embriaga as nossas vidas, não é muito diferente do que aconteceu com muitos de nós.
Aliás, estilo musical que continua atraindo muitos jovens que nascem hoje, depois do bom e velho (cada vez mais novo em nossos corações) Rock já ser mais que sessentão!
O meu cigarro, o meu dinheiro acabaram
então eu me liguei no tal do Rock'n Roll!!!!!!!!!!!
(Mutantes)