sábado, 24 de julho de 2010

C.P.M.A. - músicas e verbalizações


Mal traçadas linhas...



Um dia eu estava na porta da secretária de cultura em Camaçari, não me lembro bem o ano... e tinha um oficeboy lá retado tirado a poeta, que ficava pra cima e pra baixo com o caderno de suas poesias. Eu já estava saindo, em direção ao carro, quando ele passou por mim conversando com um amigo, sobre uma cigana analfabeta, coisa e tal. Naquele instante me deu um estalo e guardei aquela expressão martelando no meu sub consciente.

Outro dia meu amigo Flávio Guerra me mostrou algumas letras. Dentre elas, tinha uma que me chamou a atenção... falava também da famigerada cigana analfabeta. Eu disse: " mas que coisa, essa cigana de novo". Aí não deu outra... pedi licença a meu brother pra mexer na letra e colocar algumas coisas, uns acordes aqui e outros ali... então tinhamos nas mãos "Mal Traçadas Linhas".

Existem dois momentos na letra que eu particularmente curto muito. Um é quando a letra diz assim: "ela me falou que os cegos da esquina me dariam a direção, que o mudo na torre mais alta me contaria o segredo da vida e os surdos ouviriam meus lamentos", é aquela coisa do amor impossível saca?... e o outro é: "como diz o velho ditado, o futuro são os erros e acertos do passado", aí já sabe... aqui se faz aqui se paga.

Quem nunca teve diante de si, uma cigana vendendo o futuro? se nunca passou por isso, alguém um dia vai fazê-lo!!!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dia Mundial do Rock 17/07/10 em Camaçari


E chegou o dia... acordar, correr, aprontar, acertar, definir... 2oh? Cadê as bandas que começarão? Atrasaram? É, atrasaram... cadê a caixa de guitarra que falta? ahh meu Deus.


Bem... foi mais ou menos assim até o start do evento. A chuva deu uma trégua o dia todo...


Por volta das 21:15 a Storm começa o dia mundial do rock 2010 na cidade da árvore que chora. Fez seu show impecável como sempre, libertando grandes versões do melhor heavy metal... Pila e Rubinho precisos como Bruce Lee. A Storm, no meu ver, não deve nada para bandas de heavy que já vi tocar por festivais e shows que andei. Força sempre Marquinhos! Com um pouco de atraso no palco 2, a Pretexto sobe com suas músicas já conhecidas pelo seu público fiel que estava lá pra assistí-los. O show foi comprometido por problemas técnicos... mas mostraram amadurecimento e continuaram até o fim enquanto ajeitávamos as coisas... e terminou tudo bem. Retornando ao palco 1, o bando dos Ladrões Engravatados roubaram a cena com uma performance pra lá de extraordinária de Flávio Guerra e seus cúmplices. Destaque para a música Pega Ladrão que deve estar no novo material dos caras, previsto para 2011. Ladrões é uma banda de Camaçari que evoluiu muito desde sua primeira aparição, superando espectativas de muitos que achavam que não daria certo... a prova foi o grande show que fizeram.


A Psicopop era a bola da vez, mas infelizmente não se apresentou alengando que as condições do palco 2 não estavam propícias para o show da banda. Fizemos o possível para que o show rolasse.. até propomos a eles tocarem no palco 1, após a sequência do evento, mas não rolou... tranquilo... próximas oportunidades virão e tenho certeza que melhoraremos onde erramos. De qualquer forma agradeço por terem ido lá. The Pivos, The Pivos, The Pivos... os caras estão com muita energia mesmo. Vieram e botaram pra quebrar... uma sonoridade peculiar, um punk rock justo sem folgas, regado a surf music e ska... um rock visceral que em alguns momentos me lembrou Motorhead (salve minha ignorância, rs). Valeu Sheeva, Kbóge e Bógus.


Na minha humilde opnião, o melhor show da noite foi o da Declinium!!! Oreah, Franco, Halisson e o velho Zé Raimundo entorpeceram seus fãs com os clássicos da banda. Foi um momento memorável... e o show aconteceu no palco 2 (onde tinha acontecido uns imprevistos) e conseguiram tirar uma sonzeira, emocionando muitos que ali estavam... a galera que assitia de perto ao show, pareciam adeptos de uma religião daquelas que cega o indivíduo. Não posso deixar de agradecer a Jair Oliveira que deu uma força na técnica do som, que tb valeu de molde paras as outras bandas que ainda se apresentariam no palco 2. Naquele corre corre que eu estava, sobe e desce, vai lá vem cá, fui parado por Dimmy Drummer (Vendo 147) que me perguntou: "E tu ainda vai tocar, né?"... eu disse: é!!! E foi o que aconteceu na sequência. O Clube de Patifes mostrou um show firme, com sua velha postura já conhecida de blueseiros do sertão, misturada com rockeiros da old school... em um momento lembro-me do rosto de um casal, que se emocionou ao ouvir a versão que fazemos de "Menino de Colo" - Trio Nordestino. Foi muito prazeiroso. Mas que é foda é, produzir e tocar... é foda!!! Agradecer tb a Rege Fx, que apesar de não ter tocado por motivos de força maior, ajudou muito na produção do evento juntamente com Flávio Guerra.


Giselda cada vez melhor... seu show está coeso e bem dirigido. Jailton e Diego estão de parabéns pela bela equipe que montaram. Maia na bateria é o charme da banda... sem contar que tem pegada. Flávio Carper e Deivison completam o time com grande estilo. Ericson Noise é um grande batalhador do rock e apesar de estar no fundo tocando bateria, está sempre à frente no corre pra fazer da Ultrasônica uma das futuras revelações da cena rocker de Camaçari... ainda conta com o virtuoso Oreah nas quatro cordas. O pessoal do Festival Feira Noise assistiu à todos os shows, e uma das bandas eleogiadas foi a Ultrasônica. Parabéns rapaziada! Fechando a noite, sobe a palco, com suas diversas influências, a antiga banda Infúria, hoje O Manto. Desde o começo do show dos caras, a galera pedia um dos sucessos da antiga banda: "Meu Ovo"... que acabou sendo a música de encerramento do show.


Foi uma noite que temos certeza, que muitos dos que estavam lá, não esquecerão.


Gostaria muito de agradecer a Secult, a Jorge Abelha e Anavalda pelo espaço maravilhoso, a Wilson da Brechó Discos e a Pastel de Miolos que estavam por lá, a Paulo Nieto, ao Dj Márcio pela iluminação, a Gil pelo empenho desde sempre e a todos que ajudaram com os alimentos entregues.


A Cooperarock agradece a todos os envolvidos nesse grande evento!!!


Um abração a todas e todos!!!


Vem aí o dia MUNICIPAL do rock em agosto... aguardem!!!


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Rock´s Camaçari




Nem Rege Fx, nem outra pessoa, terá algum Pretexto para entrar em parafuso, em Declinum, se O Manto não acalientar a noite ou qualquer Storm que cobrir os céus e nos deixar Psicopop, enlouquecidos. A não ser que soltem os Ladrões Engravatados... aí sim teremos mudanças numa velocidade Ultrasônica, bebendo vinho ou The Pivos, sentados na esquina d'um Clube de Patifes ou d'um clube qualquer, amparados pelo rigor das curvas de Giselda.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

13 de julho, dia do tal do rock n' roll


Nos corridos anos 80, em minha inocência de criança, tive acesso a uns discos, daquele que seria o ritmo da minha vida. O rock n' roll acabara de bater à minha porta. Era como se tudo aquilo que começava a entrar pelos meus ouvidos, massageando meu coração, fosse feito sob medida pra mim. Meu pai tinha uma loja de discos na cidade de Cruz das Almas e isso ajudou muito na minha formação musical. Os primeiros nomes que tive contato foram Rod Stewart, Bruce Springsteen e Phill Collins. Mais pra frente comecei a perceber que o rock n' roll era coisa séria e que deveria ir mais além. Quando em um belo dia cai nas minhas mãos um vinil de época do Raul Seixas - "Gita"... aí já sabe né?


A relação forte com o rock n' roll (que influenciou muitos jovens nos anos 50, unindo brancos e negros em bailinhos nos Estados Unidos -país de origem do rock n' roll - revolucionando filhos e filhas de famílias conservadoras, trilha sonora em milhares de histórias de amor e até em alguns momentos ameaçando a vendagem dos discos do pai do rock: "O velho blues"), me fez entrar de cabeça nesse mundo. Enquanto os grandes nomes do blues buscavam se reinventar ao longo de quase 40 anos, eis que surgi um nome que assustaria o reinado dos bluesmen daquela época: Nos anos 50, Chuck Berry e seu ritmo alucinante que até então não se sabia ao certo que diabos era aquilo... era o rock n' roll propriamente dito. Little Richard, juntamente com Mr. Berry, fez com que o rock ecoasse pelos quatro cantos do mundo, fazendo até os ingleses enlouquecerm na Europa e tirarem o chapéu por muitas vezes. Foi o caso dos Beatles e dos Rolling Stones... se renderam ao som que vinha da terra do Tio Sam, e muitos de seus sucessos no inicio de suas carreiras, eram regravações de Chuck Berry e Little Ricahrd (música genuinamente negra - assim como o blues, o reggae, o samba e o forró tradicional). Com todo o preconceito que recaia sobre os negros, Elvis Presley foi um dos divulgadores da obra desses - que foram pra mim, os pais do rock n' roll mundial - sendo até eleito o Rei do Rock (há contestações, rs...). Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Who, The Doors, Sex Pistols, The Clash, Ramones e muitos outros, deram continuidade a saga do empolgante e transformador rock n' roll.


O Brasil teve sua contribuição mundialmente falando, com grandes nomes; como os queridos Mutantes, que foram inspiração para muitos jovens dentro e fora do país. Kurt Cobain (1967-1994) vocalista da extinta banda Nirvana, declarou muitas vezes que ouvia música brasileira e que era fã da turma do Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e da jovem Rita Lee - "Os Mutantes". Os Secos e Molhados também tiveram sua parcela na transformação da juventude brasileira quando apareceram na década de 70 com os rostos maqueados e fazendo rock (reza a lenda que saíram na frente da banda americana Kiss em pintar os rostos). Toca Rauuuuuuulll!!! Foi gritado recentemente num show do Paul McCartney, vê se pode? Não tem outro não, Raul Seixas é o pai do rock brasileiro e uma das lendas mundialmente conhecido... a verdadeira mosca na sopa pra muitos picaretas de plantão.


Hoje, depois de muitos anos de estudos e "ouvidorias" do rock, faço parte de uma banda (www.myspace.com/clubedepatifes), onde tento colocar o pouco do que aprendi, juntamente com meus parceiros Paulo, Jo Capone e Stephen... buscando o improvável, o que quase ninguém vê, o que só os visionérios crêem - os nossos sonhos.


"Sonho que se sonha só, é só um sonho... sonho que se sonha junto, é realidade" (Raul Seixas)


Que duradoura seja a vida do bom e velho rock n' roll!!!


quarta-feira, 7 de julho de 2010

C.P.M.A.- músicas e verbalizações


Carnival Blues...
Sabe aquele dia em que você está cansado de tudo, de todos e nem seus tragos ao longo da noite acalmam seu espírito? Confuso né??? Pois é... existem dias que nada satisfaz. Mas ainda assim a gente insiste em querer lutar contra esse sentimento de desgosto, provando sabores que nunca iriam sanar o gosto amargo naquela boca mais vadia. Ainda assim provamos. Passado algumas horas, aquela conclusão que tinhamos antecipado, se confirma como a cabeça d'uma pule premiada - como era sabido, bingo!!!. O dia amanhece e vamos para mais uma caminhada buscando novamente encontrar um premiação que valha todo o desatino... e como positivos que somos, encontramos... Viva aos carnavais, ao blues, aos devaneios, aos brindes, as conversas de pé de balcão; sejam na França, na Feirinha (que não mais existe), aos pés da cruz, aos pés da fogueira, ao lado d'uma garrafa de whisky com companhias imagéticas... seja como for; viva!!! pois você está vivo!!! Ahh, e boa sorte!!!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sim, é bom tê-los!!!


Tava lendo um texto escrito por um grande amigo sobre filhos... os filhos... nossos filhos. Fiquei muito feliz em conhecer um cara tão sensível e tão pai; ele conseguiu trocar por palavras sua vida (conheço um pouco da vida dele, afinal somos amigos) não que eu não seja tão pai assim ou assado, eu sou um paizão... pelo menos eu me acho. Causo as vezes uma certa estranheza para os meninos quando sou rígido, firme... tudo tem sua hora. Adoro vê-los me ensinar coisas novas... e até coisas velhas que eu não me liguei muito em aprender. Video game e computador, são coisas desse mundo, do mundo deles, do nosso mundo (por muito tempo foram do outro mundo pra mim) que em alguns momentos sou mordido como por um cão raivoso; mas pra eles, parecem coisas que vendem na padaria junto com pão e manteiga... me espanto como já nascem sabendo das coisas hoje em dia. Crianças... as vezes crionças... comprovam dia a dia que nossa vida tem um propósito... pode ser que a gente esqueça disso por instantes, mas eles nos lembram - nem que seja quando sujam a roupa com creme dental bem na hora de sair, justamente quando estamos atrasados...rs. Troca de roupa rapá e vumbóra. Ou quando te perguntam: o que é um orgasmo pai? Como é que eu nasci? As nuvens são feitas de algodão mesmo? Por que o Flamengo só ganhou um mundial? Perguntas simples... pra eles tudo é simples. Discutem futebol, me corrigem as primeiras palavras em inglês, preparam até café na cama pra gente... que honra!!! E quanto eufóricos ficam na hora de entregar o boletim, de mostrar que botaram pra quebrar nas notas... ahhh!!! Num sei até quando, mas é muito bom isso. Verdades são os pratos do seu cardápio, desconsertando os ditos consertados. Filhos, como é bom tê-los... nos colocam onde temos que estar... e sem pestanejar agradeço por estar ali ou onde quer que seja... pra eles, por eles. Valeu Paulo Nieto D'erico pelo belissímo depoimento de amor por seus rebentos... me fez parar um pouco e ver que nada mais somos do que tão somente os ladrilhos do início da estrada destes, que um dia serão de outros ou de outras por momentos curtos ou longos, mas que pra sempre serão nossos... filhos.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Com um pouco mais de alma - músicas e verbalizações.

Feira...

Feira é uma das canções do Clube de Patifes que foi literalmente composta no balcão, do lado de dentro... no Jeca Total (nossa segunda casa em Feira de Santana). Os clichês não faltaram não... guardanapos, momentos de espasmos em meio à conversas paralelas, fumaças de cigarro e bodes baratos, cervejaaaaaaaaaaa e a noite quente em uma cidade fria na madrugada; uma cidade que amamos... os arrastos das sandálias de Eudes eram possíveis de se ouvir com todo aquele converseiro, rolando música de fundo sempre e rodas de violas espontâneas com Zani de bom humor claro...rs!!! O tempo passou mas algumas coisas permaneceram... corpos querendo serem tocados numa Feira que fazemos, pois somos parte em tudo aquilo; aprendendo, caindo, levantando e sobrevivendo. Menino de colo da dama da noite, religiosamente abençoado pela lua que alimenta o lobo que cada um tem dentro de si. O respeito pela sapiência dos mais vividos é inerente... a única promessa é de nunca mais chorar, seja pelo leite derramado, seja por um amor distroçado. Ainda veremos nossas crianças a brincar, com todo aprendizado, com toda sobrevivência, com toda velhice a qual não podemos fugir. Feira nada mais é que um relato de uma experiência de vida que compartilhamos as vezes, sem nem nos darmos conta disso.