quinta-feira, 19 de maio de 2011


E aconteceu o METAL EXTREMO FORA DO EIXO em Camaçari...
Antes de mais nada, explicar que a banda Malefactor não tocou por conta da nossa produção não ter conseguido o saldo suficiente para trazê-los pro evento. A notícia foi divulgada com 72 horas de antecedência pro público.
Na véspera do show, a banda Incrédula nos comunica que não tocaria tb. Perguntamos o motivo, e a explicação do produtor Ricardo Sales, foi de que: "só tocariam num evento, onde o dia das mães do músicos dele seria prejudicado, se valesse a pena, se a Malefactor tocasse... pois seria uma vitrine pra eles coisa e tal. lembrando que nosso acordo foi préviamente estabelecido e no momento não tinha se falado em Malefactor no evento... mas tudo bem, aprendemos mais uma.
E é chegado o dia... muita gente comentando bem o evento e as expectativas eram boas.
O domingo amanheceu chuvoso, e rolaram pancadas de chuva intercaladas até a hora do show.
Carrega bateria, ferragens, banners na portaria, contagem de ingressos, cerveja gelada... e tudo pronto para o METAL EXTREMO começar.
Por conta da chuva, não tivemos como não atrasar o evento. A banda MÓRBIDO SISTEMA de Simões Filho, chega para passagem de som, já q seriam a primeira banda.
Fizeram um show reto, sem firulas e largaram os clássicos do System of a Dowm, satisfazendo principalmente uma turma que veio de Dias D'ávila pra curtir o som dos caras. Foi um bom show!!!
Na sequência, sobe ao palco do Mega Star a banda INTO THE CORPSE de Salvador com um visual extremante chocante. Os caras entraram totalmente ensanguentados (claro que era composição de visual) detonando tudo no palco. Destaque para o vocal, que muitas vezes, ou quase sempre lembrava um porco ensandecido vomitando palavras de furia para o público, que diga-se de passagem compareceu em um bom número. Outro grande show.
Já fazia tempo que não escutava tanto som pesado assim como foi nesse domingo, dia 08 de maio... ahhh dia das Mães viu? E a galera almoçou com mamãe e se fez presente... mas sabemos tb que tem muito mais metaleiros aqui na cidade e não apareceram. O q será? bandas ruins? acho que não... ingresso caro? acho que não? sinceramente não sei... pedem tantos eventos desse porte e na hora H se escondem. Mas agradecemos aos que foram!!!
e a Mingha, um ícone do metal em Camaçari.
E chegou a hora da STORM. Com sua formação clássica com Liartson nos vocais, Rubinho na bateria, Marquinho Bispo no baixo e Longuinho e Pilla nas guitarras. Todo mundo esperava um grande show, pois é uma das bandas na ativa de Camaçari que faz muito sucesso, por serem competentes, aqui na região metropolitana. E não decepcionaram... deram conta do recado direitinho, executando suas músicas autorais, que muita gente aqui já conhece e cantavam, como tb grandes nomes do hard rock e heavy metal mundial. Parabéns aí galera!!!!
Finalizando a noite, por volta das 22h, não me lembro ao certo, entra em cena uma das lendas vivas do death metal brasileiro... DEFORMITY BR. Lançando seu novo cd, vieram pra Camaçari diretamente de Feira de Santana, com a intenção de por a casa a baixo... isso só não aconteceu pois o Mega Star tem fortes estruturas, rsrsrs, mas a Deformity fez a grande apresentação da noite, ahhh!!! isso fez. Profissionais pra caramba, tranquilos de se trabalhar e grandes parceiros. Death Metal de primeira qualidade foi executado pela Deformity aqui em Camaçari, fechando muito bem o METAL EXTREMO FORA DO EIXO.
Apesar dos percalços, ficamos muito felizes com o resultado, que pra nós foi o primeiro de muitos que virão, tenham certeza disso. METAAAAAALLLLL!!!!!
Recomendo todas essas bandas para que estiver afim de montar uma grade para eventos desse nível... são boas bandas.
Agradecemos à empresa Sétima Arte, que nos forneceu a sonorização, ao espaço Mega Star, na pessoa de Jorge Abelha e ao DJ Máximus pela iluminação. Agradecer tb a toda a equipe do Capivara: Flávio Guerra, Paulo Nieto, Emile Pri e Caio. Ahhh!!! à Bogus que nos deu uma força lá na hora.
Que venham muito mais eventos e que cada dia possamos melhorar!!!
Abrax!!!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011



O CAPIVARA COLETIVO CULTURAL em parceria com o FORA DO EIXO e a COOPERAROCK traz para Camaçari mais um grande evento. ÉÉÉÉÉ... agora o buraco é mais em baixo; o som é pesado!!! METAL EXTREMO FORA DO EIXO. Vai rolar dia 08 de maio no MEGA STAR... “Você almoça com a mamãe e depois vem bater cabeça ao som da MALEFACTOR (SSA), DEFORMITY BR (FSA), INTO THE CORPSE (SSA), INCRÉDULA (SSA) e MÓBIDO SISTEMA (SIMÕES FILHO)”.

MALEFACTOR

Com 20 anos de estrada, fazendo um renomado black metal direto se Salvador, elogiado dentro e fora do Brasil, vem a Camaçari agitar as cabeças de nossos headbanggers. Em breve lançando seu novo disco, onde gravam no estúdio Revolusom, farão sem sombra de dúvidas um dos grandes shows do METAL EXTREMO FORA DO EIXO 2011.

http://www.myspace.com/malefactorbrazil

DEFORMITY BR

O death metal de Feira de Santana mais bem trampado da Bahia, pela 1ª vez, vai deixar a atmosfera do Mega Star com uma pulsação nunca vista em Camaçari.

http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=156698364

INTO THE CORPSE

Banda soteropolitana formada em maio de 2009 com Tovar na bateria, Alan no vocal, Ronaldo no baixo e Elvis na guitarra e Vitor "Agonized" Giovani também na guitarra. Com letras que refletem o caos politico e social, como também temáticas splatter. Unindo ideias antigas a novas abordagens de sons. Nos moldes de bandas como; Dying Fetus, Deranged e Napalm Death.

www.myspace.com/intothecorpse

INCRÉDULA

Gótico, melancolia e agressividade: Essa é a incrédula, é de Salvador, é da Bahia!!!

http://www.myspace.com/incredulabanda

MÓRBIDO SISTEMA

Fazendo uma homenagem ao SYSTEM OF A DOWN, os caras de Simões Filho pretendem iniciar os trabalhos esquentando o METAL EXTREMO FORA DO EIXO.

SERVIÇO:

METAL EXTREMO FORA DO EIXO

Onde? MEGA STAR ( CAMAÇARI-BA)

QUANDO? 08 de MAIO (domingo)

QUANTO? 10 REAIS

HORÁRIO? 16 horas

REALIZAÇÃO: CAPIVARA COLETIVO CULTURAL

APOIO: FORA DO EIXO e COOPERAROCK


quinta-feira, 3 de março de 2011

E aconteceu o Grito Rock camaçari 2011


Grito Rock Camaçari 2011 – Resenha

Foram mais de 15 dias de corre corre, atrás de deixar tudo pronto para o dia 26 de fevereiro. Muito suor, longas caminhadas, inúmeras promessas de ajuda. Ainda é muito difícil fazer rock... mas com muito jogo de cintura, driblamos as dificuldades e colocamos o Grito Rock Camaçari de pé.

Finalmente chega o tal dia... o tão esperado dia 26 de fevereiro de 2011.

Depois de pegar a chave do alojamento onde as bandas de fora do estado dormiriam, na noite de 25/02 às 21:30, fui para casa, afim de descansar um pouco, antes de ir pro aeroporto pela primeira vez naquele dia 26.

Por volta de 01:45, saímos em direção ao Aeroporto Internacional de Salvador, para pegarmos a banda carioca Na Sala do Sino. Os caras já estavam esperando pontualmente no horário combinado. Numa das primeiras conversas, os caras já queriam saber quando iríamos para a praia...rs. Acabam de chegar do Rio e ainda querem praia? Isso é que é gostar mesmo!!!Voltamos para Camaçari e os deixamos no alojamento.

Às 8:20 da manhã do dia 26, estávamos lá, no aeroporto mais uma vez, agora para pegarmos a banda cearense Black Flash Licorice. Tb no horário combinado, estavam lá ansiosos por rock e praia... Praia? É sim... praia... os caras estavam muito afim de cair no mar da Bahia. Alojamento, aí vamos nós.

A logística estava funcionando bem... banheiros químicos no local, palco, som montado, até o toldo chegou na hora certa... tudo certo. Êpa!!! Tudo certo não... Onde está o eletricista para fazer a ligação na caixa de alta voltagem? O cara sumiu. Tivemos que acionar um amigo nosso, que manja muito de elétrica e que trampa na Cidade do Saber... velho Gilson foi a salvação da lavoura.

Não estávamos autorizados a usar o ponto de luz da igreja Montenegro... só falando com o padre, disse uma mulher que trabalhava na igreja. Lá fui eu, tentar convencer o padre Valmir, na Casa Paroquial, de que o evento não poderia ficar sem energia, pois tínhamos convidados especiais e a galera já estava se dirigindo pro local. Depois de uma rápida conversa, o Padre Valmir me autorizou a fazer a ligação elétrica na caixa de força da igreja, fazendo-me comprometer com o ônus que a energia pudesse gerar... rsrsrsrs... garanti que assumiria todo e qualquer ônus.

Pela terceira vez no dia, fui ao aeroporto (não tinha ninguém habilitado no momento, tinha que ser eu) pegar a banda paulista Color TV. Nesse dia fomos surpreendidos pela pontualidade dos vôos do Aeroporto Internacional de Salvador... não houveram atrasos!!!

Tudo pronto. A Pastel de Miolos estava apostos pra começar. O som começou a apresentar um ruído e não havia maneira consertar aquilo... estava muito preocupado com o desenrolar do evento. O Show da Pastel ficou comprometido... perguntamos para o responsável pelo som e ele nos disse que era queda de energia... e que só depois da 19h a energia se estabilizaria, devido ao pico que estava dando naquele momento, devido ao comercio em pleno funcionamento.

Veio o show da The Pivos... a energia já havia se estabilizado e os caras , como sempre, mandaram bem mais uma vez e fizeram um showzão.

Com o atraso, tivemos que modificar a ordem do evento, pois a Camarones e a Canastra, que já estavam no local, tocariam as 23h em Salvador na mesma noite. Depois de conversarmos com a banda Acord, fizemos essa alteração, que foi crucial pra o andamento do festival. Camarones reduziu seu tempo de show, que não deixou de ser eficiente e empolgante. Os cariocas do Canastra surpreenderam o público, com seu visual vintage e com uma sonoridade muito peculiar... rockabilly de primeira qualidade... me fez relembrar os velhos conhecidos nossos do The Dead Billies. E ainda contavam com o competente “Barba” na bateria, ex- Los Hermanos.

A banda Acord mostrou muita desenvoltura e um som maduro... nos remeteu em alguns momentos ao Barão Vermelho... Diego foi o destaque com sua percussão afinadíssima.

Competência, é o que podemos dizer do show da Quarteto de Cinco, diretamente de Salvador. Banda extremamente profissional, com arranjos bem definidos e um som que misturava rock, MPB e soul. Massa!!!!

Me surpreendeu a qualidade do hard rock dos pernambucanos da Black Flash Licorice. O som dos caras soa de maneira gringa mesmo. Marina, a guitarrista solo, foi ovacionada pela galera, amante do estilo. Um grande show!!!

Na Sala do Sino, era a banda que eu esperava ansioso. Os caras estavam um pouco cansados, mas fizeram um showzaço. Tava na cara as influências das culturas populares brasileiras, principalmente a cultura nordestina. Chegaram até a perguntar, de que lugar do nordeste eram aqueles caras? Não, eles são cariocas... O respeito pela cultura popular da banda Na Sala do Sino, foi um fator primordial para a curadoria do festival (muito elogiada) selecioná-los. Parabéns galera pelo show!!!

Bill, a frente da paulista Collor TV, mostrou muita energia ao fazer rock. Uma espécie de grunge, de rock, de indie... Um rock moderno, com uma boa pegada lembrando o Foo Fighters.

E finalmente, pra encerrar a noite, os rapazes da Ultrasonica. Banda revelação 2011 em Camaçari, que sem demonstrar cansaço algum, fizeram um show impecável, mostrando as canções que estarão no seu novo EP, que será lançado pelo selo Brechó Discos em 2011.

Desmontando tudo... tudo desmontado. Agora procurar um lugar pra comer, descansar um pouco. Afinal pela manhã, ainda teríamos umas idas ao aeroporto, pra despachar nossos artistas convidados.

O Capivara Coletivo Cultural e a Cooperarock agradecem a todos que fizeram parte desse primeiro evento de muitos que ainda virão por aí. Grito Rock Camaçari 2011... 2012 está logo ali!!!!

Abraço a todos!!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

NOITE FORA DO EIXO CAMAÇARI-Ba


Noite Fora do Eixo é uma parceria entre o Capivara Coletivo Cultural de Camaçari e o Nordeste Fora do Eixo. Juntos divulgam e fazem a turnê nordeste das bandas MAGLORE (SSA) e OS BARCOS (Vitória da Conquista). Essa turnê vai sair de Vitória da Conquista (02), passando por Feira de Santana (03), Camaçari (04), Salvador (05), Aracaju (06), Recife (08), Campina Grande (09), João Pessoa(10), Cajazeiras (11) e Natal (12). Dia 04 de dezembro 21h, dia de Yansã, a turnê desembarca em Camaçari, na Casa de Taipa com a participação especial do CLUBE DE PATIFES. Estejam todos convidados... vai ser uma noite quente!!!
Segue os links das bandas pra vc ouvir:

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

12 anos como um bom whisky... parabéns Clube de Patifes!!!


No ano de 1998, estava caminhado pelos corredores da universidade de Feira, a Uefs, quando fui abordado por Paulo de Tarso, Kleber Monteiro e Isac Afonso (estes elementos tinham acabado uma banda da qual faziam parte - a Belzeblues - e estavam montando outro projeto musical). Eu me dirigia à biblioteca para devolver um livro (cursava geografia e era metido a militante politico de movimento estudantil - D.A. e D.C.E. - junto aos supra citados), quando esses elementos me gritam bem no meio da cantina do módulo 3, me chamando pra terminar uma letra de música que haviam começado. Disse que não poderia naquele momento e continuei andando... enfatizaram outro grito com a seguinte pergunta: "Não quer ficar rico nããããoooo?" Ahhhh, na mesma hora eu dei meia volta e sentei à mesa para terminar a tal letra; eis que nascia " O homem com passos prateados"... me ludibriaram com aquela pergunta, aquele chamado e até hoje estou atrás do ouro do bandido. Mais tarde Paulo me diria que estariam participando de um festival em Vitória da Conquista com uma música que era do antigo repertório deles - "Barfly". Inscreveriam uma só canção? perguntei. E ele me disse que poderiam colocar mais uma. Aí, como de bincadeira, sugeri gravarmos com minha voz "O homem com passos prateados". Ele me olhou espantado, como quem não acreditava no que ouvia e na mesma hora aceitou. Eu disse que era brincadeira o que tinha falado. Mas ele insitiu pr'eu fazer agravação e foi o que acabou acontecendo. Gravamos e mandamos as duas músicas pro festival. As benditas gravações não passaram pela curadoria... mas ali começava, meio que desprentesioso o Clube de Patifes. Antes dessa minha entrada pro Clube, tinha uma amigo nosso que seria o vocalista. Um cara conhecedor de música pra caralho, que eu respeito muito, que é o Gilmar Fufuta. Mas sempre que eu perguntava a Paulinho pelo ensaios, como estavam indo, ele me dizia que não tinha rolado direito pois Fufuta não tinha ido ensaiar, por esse ou por aqule motivo. Acabou não ficando no projeto. Mais pra frente, veio a idéia de colocar dois vocalistas - um era João, grande músico das noites de barzinhos, e quem gravou a versão de barfly para o festival. E o outro cara??? seriaaaa??? adivinha??? quem? quem? Raimundo Nonato? não... eu, o mesminho aqui que fala com vocês. João era um exelente cantor, afinado, com postura... isso tudo era o que me contavam do cara. No primeiro ensaio com ele fiquei nervoso - pow, vou ficar de cara com cara... o bicho canta muito e eu um méro colega de faculdade de Paulo que nunca pegou num microfone - eu tinha uma vergonha de aparecer em público, que não sabia como estava ali para ser um crooner de uma banda... mas estava (acho que foi o movimento estudantil que acabára de tracafiar o resto da timidez que eu carregava). Rolou o ensaio, tudo dentro da normalidade esperada... e o tempo foi passando e em uma das conversas com Paulo na Uefs, cheguei pra ele e disse: "Bicho, eu num quero esse lance de dois vocalistas não... tem que ser um só... e eu quero ser o vocalista". Mais uma vez Paulo me olhou, parou, pensou - ele pensa muito mesmo - e deu um sorriso daqueles que o lobo, nosso mascote, tem. Me respondeu mais ou menos assim: "Ahhhh, pensei que nunca você fosse dizer isso!!!" e caímos na gargalhada. Depois das aulas - coisas que assistíamos mesmo - fomos para o módulo 7, beber umas cervejas. Não, não, na universidade não... o módulo 7, era uma barraquinha que existia ao lado da universidade. Muita cerveja rolava, muito rock n' roll, muitas conversas filosóficas com Valter e Ismar - quem viveu sabe o que estou dizendo. Ganhou o nome de módulo 7, pois a Uefs só tinha 6 módulos na época... como era a extensão com universidade, a comunidade o batizou com esse nome. Enfim, estava definitivamente criado o Clube de Patifes no ano de 1998.




O nome? por que Clube de Patifes? Ahhh... A gente era do movimento estudantil, e estavamos muito ligados ao cenário político que nos cercava - não que hoje não estejamos, mas eramos mais engajados - e os tais safados, faziam e aconteciam em cima do povo - até hoje ainda o fazem - daí surgiu a idéia num bate papo... que esses caras eram uns patifes, uma corja, um clube de pilantras... então veio o estalo. Pow galera, taí o nome: CLUBE DE PATIFES!!! Achamos um ótimo nome, pois além de tudo isso que falei, ainda era polêmico e referia-se também ao malandro da noite, o cara safo, o cara que conseguia se sair de situações extremamente avessas a ele, um caçador, um bom patife. Como eramos quatro, por que não um clube? Um CLUBE DE PATIFES.




Logo começaram a aparecer convites para festinhas e showzinhos. E no dia 11 de novembro de 1998, fizemos o nosso primeiro show. Foi numa festa do curso de administração. Nosso repertório era reduzidíssimo... tinham apenas 7 músicas pra apresentar. Parecia conta de mentiroso, mas foi verdade. Lembro das meninas, umas amigas nossas - Andréa, Agda e Taís - com cartazes e faixas (rsrsrs) na frente do palco gritando nome da gente. Claro, eram nossas amigas, e não pagamos a ninguém não. Fiquei com uma vergonha danada, mas foi massa esse começo. E quando olho pra trás e lembro... num dá saudade não, mas é bom saber como não fazer umas coisas rsrsrsrs. Por isso dia 11/11 foi escolhido como a data do aniversário do Clube.




Uma semana depois, tocaríamos na Visgueira do Reggae, um dos redutos do reggae de Feira de Santana, a casa da Monte Zion. Rapá, não tinhamos nem o figurino certinho. Era uma peça dali, outra daqui e iamos montado as coisas. Lembro que toquei com uma camisa quadriculada marrom, que era uma coisa feia demais... calça jeans, vixe!!! Naquele momento eu tava me sentindo o gato de botas... ééééé, tinha também umas botas, que vieram da minha herança forrosística - e essa é uma outra estória. O show? vou dizer a vcs que aconteceu com as mesmas 7 músicas, mas já foi mais a vontade que o primeiro, apesar de uns olhares hostís que nos flechavam, rsrsrsrs.




Então vimos a necessidade de montarmos um show com um repertório mais amplo - pois tinhamos composições para isso, e dar continuidade ao que foi iniciado. Antes, partimos para fazermos umas gravações. Um amigo nosso, um grande rockeiro das antigas de Feira, tinha um estúdio de gravação chamado San Cléa na Av. Maria Quitéria. Seu nome era Cleilson. Combinamos tudo, marcamos a data para começarmos, valores e caímos pra dentro. Gravamos o que chamamos depois de uma demo com 13 faixas - faixas essas que em 2001 seriam regravadas novamente e comporiam o nosso primeiro albúm "Do palco ao balcão". Cleilson foi um cara que me deu força pra continuar como vocal - coisa que em alguns momentos pensei em desistir - mas esse cara foi uma das pessoas que me incentivaram. Cleilson era tão rockeiro, que morreu num acidente de carro numa madrugada, no anel da morte, rotatória da Cidade Nova, a bordo do seu gol Rolling Stones vermelho (uma série especial que a VW lançou em homenagem a segunda passagem dos Stones no Brasil em 1998). Inclusive teremos uma música no terceiro disco do Clube de Patifes dedicada a ele, chamada 02 de novembro.




Montamos o show de estréia para Feira de Santana no ano de 1999 no Centro Universitário de Cultura e Arte - o CUCA - que é um complexo ligado a Uefs, que vez ou outra nos dava um certo apoio nessas questões de eventos. A galera compareceu em peso, a arena estava repleta de amigos. Rolou muito whisky no camarim... tava me identificando muito com tudo aquilo. A banda tava ensaiada e o nosso repertório subiu de 7 para 15 músicas. Dentre as nossas canções, tinham alguma coisa de Raulzito também. A gente desde o começo preza muito pela composição, pelo autoral e desde 98, nosso repertório é formado por mais de 90% de canções da banda. Feira de Santana acabava de conhecer o Clube de Patifes.




Tocamos muito em Feira, principalmente na universidade, nas calouradas. Os bares da cidade também abriram as portas pra gente. O Jeca Total nem se fala... era pra beber e pra tocar. Sempre que tocavamos no Jeca, e me dirigia ao balcão depois do show para pegar uma cerveja, Eudes me dizia que já tinha acabado. "Como assim acabado? eu perguntava. É, beberam tudo, só tem quente, vai? Eudes dizia". Me dá um Domecq então. E ficava com a cara no chão... doido pra molhar o bico com uma gelada. Só nos restava ir para o bar mais próximo.




O antigo Bavária, nos concedeu oportunidades de nos apresentarmos por lá algumas vezes. Era um bar renomado na city e a gente aparecia bem, pois estavamos ao lado de nomes que movimentavam a noite feirense musicalmente. Foi muito importante pra gente. Feira já percebia que o profissionalismo era buscado também por uma banda de rock... han han, quer dizer, blues rock.




Mas tinha um bar, que já fechou até, que não esqueceremos. O Boca do Caranguejo. Lá comemoramos nosso primeiro ano de banda. Foi nossa primeira grande super produção. Som, luzes, seguranças, divulgação pesada, e ajuda de muitos parceiros. Era um bar relativamente grande, comparado aos demais da Av. Getúlio vargas - onde a noite musical feirense era concentrada. Convidamos a banda Aluga-se (cover de Raul Seixas) para abrir o show. Foi um sucesso. Compareceram ao nosso chamado quase 400 pessoas... o dono do bar, Diógenes, ficou com um sorriso de orelha a orelha. Entravamos de vez na cena musical de Feira e os shows foram acontecendo aqui, ali e nas redondezas.




Agora, sem dúvida que uma de nossas maiores experiências, foi fazermos duas temporadas num dos bares mais emblemáticos de Salvador: O Café Callypso, do grande brother, o francês Jean Claude. Tocamos lá em 99 e 2000. E ele, Jean, nos indagava sempre: "Vocês são malucos? Pois saem de Feira de Santana, no interior, vem pra capital, tocar num bar onde rola Dr. Cascadura, The Dead Bills, King Cobra (grandes bandas diga-se de passagem) fazer suas músicas sem nenhum cover?... vcs são loucos, ele dizia, mas gosto de vcs!!!" E assim foram as duas temporadas. Começamos em 99 nas quartas feiras. Era uma mão de obra danada ir pra Salvador na quarta. Mas encaravamos a 324 e cumpríamos o nosso prazeiroso ofício. Em uma dessas idas para o Callypso nas quartas - que não eram tão cheias assim - estava chovendo pra caralho em Feira, estavamos sem a grana pra viajar, sem perspectivas de transporte alguma e já eram umas 20h - nossos shows começavam lá às 23h - e nos encontravamos parados na Getúlio. Ligamos pro Jean, na espectativa d'ele dizer que não rolaria o show por conta da chuva e de ainda ter jogo da seleção no mesmo horário... sabíamos que não daria muita gente no bar. Eis que ele atende o telefone, perguntando se já estavamos chegando á Salvador. Estava chovendo muito em Salvador, mas que iria ter show sim. Olhamos um para o outro e sem um centavo, pegamos um táxi que estava solitariamente parado logo a frente. O nome do motorista era Léo... perguntou se eramos uma banda e pra onde íamos. Depois de convencermos Léo, pegamos a estrada. Ele nos esperaria tocar, para em seguida nos trazer de volta. No caminho conversando sobre música - coisa da qual Léo gostava muito - nos perguntou qual música de Raul estava em nosso repertório. No momento não tinha nenhuma... e ele sugeriu a música "Você," que está no disco "O dia em que a terra parou"... ouvi aquilo e guardei no HD. Chegamos em Salvador, fizemos nosso show, a casa não estava cheia, apenas algumas mesas. Músicos do bar subiam e desciam as escadas, esses não pagavam couvert. Martin - hoje Pitty - era um dos frequentadores, músicos da casa e parceiro de biritas. Martin quase gravou "Alma Suja", música do nosso primeiro disco... nem sei por q não rolou, vá saber. Quando fomos acertar a grana da noite, com a qual pagaríamos o Táxi de Léo, Jean Claude todo envergonhado, chega pra gente e diz: " Olha gente, depois de cobrar o consumo de vocês da noite e depois dos couvert's liberados, fico constrangido em dizer, mas o que restou dessa noite foi... e ele coloca sobre o balcão do bar - que por sinal era um belo balcão pintado como as teclas de um piano - uma moeda de 1 real. Ouvi nitidamnete o estálo da moeda contra o balcão. Na mesma hora pedi uma cerveja. Olhei pra Paulo e perguntei como resolveríamos em Feira esse problema? Lá a gente vê isso, disse Paulo. Antes de sairmos Jean coloca no bolso da camisa de Paulo uma ajuda pra gasolina. Chegando em Feira, Paulo coloca a mão no bolso e lembra da ajuda de Jean... achamos q seria coisa pouca... mas foi a conta exata para pagarmos o Táxi de Léo. O valor não vem ao caso. Muitas dessas noites de quarta o Clube de Patifes dividiu o palco com Os Koiotes - banda de Miguel Cordeiro, o cara que escreveu Sinca Cachambord do Camisa de Vênus.




No ano de 2000, passamos para as sextas feiras. A coisa déra uma melhorada significativa . Dividíamos as sextas, alternando semanalmente a abertura com uma banda de blues chamada Bond Blues, do nosso querido amigo Fred Barreto - que foi quem gravou as guitarras do disco "Do palco ao balcão". Mas nem tudo eram flores. Eles tinham um vocalista, daqueles ortodoxos, que achava que o blues deve ser tocado em inglês e nunca em outra lingua. Em uma dessas noites, esse cara chamado Mauro, começou a contar fragmentos da história do blues nos intervalos entre uma música e outra. Começamos a perceber que aquilo estava sendo direcionado para o Clube de Patifes - pois fazíamos blues em português - e o cara começou fazer um especie de sabatina com a plateia e de repente ele canta Rebel Dog Blues - que é uma versão que Nasi e os irmão do blues fazem. Essa música começa em inglês e termina traduzindo para o português tudo o havia sido dito no começo. Mal sabia ele que Nasi era uma espécie de bíblia pra gente. Ficamos putos com tudo aquilo e queríamos dar uma resposta. Mas assim que ele terminou o show, desceu as escadarias do Callypso e não ficou pra ver nossa resposta. Lembro que antes de comerçarmos "So no topo" falei algo assim: "E essa música que faremos chama-se Sol no topo e vamos fazer "now"; e pra quem não sabe, "now" é agora!!!" rsrsrsrsrs.... a galera da banda se acabou de rir. E durante o solo, comecei a esbravejar improvisando uma letra dizendo: "Eu canto blues em português, eu canto blues em português" e ainda citei o mestre Raulzito, onde ele diz : "não importa o sotaque e sim o jeito de fazer"... mas Mauro já havia descido. Devem ter passado o recado pra ele... era a última sexta da temporada e nunca mais soube noticias desse cara.




Outra coisa que me lembro desses 12 anos, foi quando... ahhh, deixa pra próxima postagem!!!



Parabéns pro Clube e pr'aqueles que fazem valer a pena tudo isso pra gente!!!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

C.P.M.A. - músicas e verbalizações



Buscando o Sol...

Se fores até o fim, até o fundo do pote, verás que essa canção nos leva a duas homenagens... a primeira delas é a Robert Johnson (grande referência do blues mundial, que gravou 29 músicas em dois dias num quarto de hotel na década de 30- diz a lenda que fez pacto com o mardito), enfim, nada mais justo do que homenagear esse cabra, que muitos até hoje regravam suas músicas... nós ultilizamos a base de arranjos da música SWEET HOME CHICAGO e colocamos uma letra totalmente diferente da original. E por Q não, os meninos vindouros do portal do sertão, fazerem uma referência tb ao velho Robert? Está aí!!! A segunda homenagem é pr'aquela cidade, onde abri meus olhos pela primeira vez em 15 de abril de 1975 no hospital Emec... cidade de muito, mas muito calor - é quente como o desejo por uma mulher... quem viveu sabe o que estou dizendo. Cidade que nos mostrou nossa Crossroad, nossa direção. Cidade que nasceu d'uma pequena feira na paróquia da fazenda São José das Itapororocas - Fazenda Santana dos Olhos D´Água... Hoje Feira de Santana, mais de 600 mil cabeças, cidade de Lucas da Feira, cidade do Jóia da Princesa (que é até titulo de uma música do Cascadura), cidade do Touro do Sertão, do reggae roots do Dionorina, Jorge de Angelica e do Monte Zion, do Jeca Total, do Rio Jacuipe, da Cidade da Cultura, de Asa Filho, do Feira VI, da Uefs, do Quatro Estações, do primeiro Módulo 7, do Mercado de Artes, cidade onde começamos a buscar o nosso lugar ao sol.
Pra mim, Buscando o Sol é o grande blues do disco... e Feira de Santana é a Feira do Clube. Sejam bem vindos a Feira.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

C.P.M.A. - músicas e verbalizações


O Recado....


Temos aí um bom roteiro para um video clip. Essa foi umas das canções fantasiosas que o autor tem direito de escrever e que muitas vezes é contestado por sua companheira, esposa ou parceira, rs... "pra quem vc escreveu aquilo, pra quem hein?" Essas perguntas devem rolar sempre, não só pra mim né? Hum??? Então... No Recado fazemos uma citação a uma de nossas influências, que é o Quentin Tarantino (hoje me considero uma pessoa antes e depois de Pulp Fiction - sem contar as outras películas claro!!!). É mais uma canção do sofrer, onde mesmo com um coração estraçalhado por um grande amor, ele ainda clama por uma nova chance a ser desfrutada. Meu yin (o protagonista mais sério) não vive sem o meu yang (a mocinha perigosamente bela) um equilibrio tão sonhado, que muitas vezes não é alcançado, restando tão somente a companhia da noite e suas alegorias afim de acalmar o monstro chamado solidão. Manda um recado pra alguém, quem sabe rola algo diferente? Mas tb se não rolar nada... enche a cara e se vira com a ressaca... nada como um dia após o outro. rs!!!!